Um tribunal paquistanês condenou, nesta segunda-feira (18), seis homens à pena de morte e outras dezenas penas de prisão pelo assassinato brutal de um diretor de fábrica do Sri Lanka a quem acusavam de "blasfêmia".
O ataque, que aconteceu na cidade de Sialkot em 3 de dezembro, causou indignação. O então primeiro-ministro Imran Khan o classificou como "dia de vergonha para o Paquistão".
A promotoria disse que 88 das 89 pessoas julgadas pelo assassinato de Priyantha Diyawadana foram declaradas culpadas, com seis condenações à morte, nove à prisão perpétua e o restante a penas de prisão de entre dois e cinco anos.
"A equipe da promotoria trabalhou muito para apresentar seu caso ao tribunal e chegar a esta sentença", disse à AFP Abdul Rauf Wattoo, o promotor principal. "Estamos satisfeitos com o resultado", acrescentou.
No momento do assassinato, a polícia local explicou à AFP que correram rumores de que a vítima teria arrancado uma faixa religiosa e jogado na lata de lixo.
Nas redes sociais circularam vários vídeos que mostravam uma multidão agredindo a vítima enquanto gritava slogans contra a blasfêmia.
Outros vídeos mostravam o corpo de Diyawadana em chamas e algumas pessoas tirando selfies.
As organizações de defesa dos direitos humanos afirmam que as acusações de blasfêmia são geralmente usadas para vinganças pessoais e que as minorias costumam ser alvo da violência.
* AFP