Em pronunciamento realizado nesta sexta-feira (11), o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou que um confronto entre a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e a Rússia seria a 3ª Guerra Mundial, e garantiu que é "obrigação sagrada" defender o território do bloco:
— Enquanto apoiamos a Ucrânia, continuaremos a cooperar com nossos aliados na Europa e enviar uma mensagem, inconfundível, de que defenderemos cada centímetro do território da Otan, com uma Otan unida e reorganizada. É por isso que enviei 12 mil soldados americanos para as fronteiras. Porque se eles avançarem uma vez, garanto que nós responderemos, e isso é a 3ª Guerra Mundial, mas temos uma obrigação sagrada em territórios da Otan, uma obrigação sagrada, Artigo 5.
A seguir, Biden reforçou a questão do risco de uma guerra mundial:
— Apesar de que nós não iremos lutar a 3ª Guerra Mundial na Ucrânia. A guerra de Putin contra a Ucrânia nunca será vitoriosa. Nós demonstraremos força e nunca vacilaremos. Apenas entendam e não se enganem, isso seria a 3ª Guerra Mundial, ok? Sejamos diretos. Em outras palavras, não brinque com um brincalhão.
Biden também anunciou mais medidas contra a Rússia. Segundo o líder americano, as decisões foram tomadas em coordenação com os demais líderes do G-7 (Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão e Reino Unido).
A Casa Branca também divulgou comunicado no qual as decisões são detalhadas. Biden atuará com o Congresso americano para revogar benefícios da Rússia por ser parte da Organização Mundial de Comércio (OMC) e pretende garantir que as importações do país não recebam o status de nação mais favorecida na economia americana. O governo dos EUA nota que há apoio de líderes no Congresso para renovar esse benefício para os russos e diz que os demais membros do G-7 devem adotar medidas similares.
O G-7 ainda atuará para garantir que a Rússia não possa obter financiamento de instituições financeiras multilaterais, como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial. "A Rússia não pode violar duramente a lei internacional e esperar o benefício de fazer parte da ordem econômica internacional", diz o comunicado da Casa Branca.
Biden anunciou que serão acrescentados mais nomes de oligarcas russos e seus familiares à lista de sanções, por seu apoio ao regime de Putin. Outra medida será o veto às exportações de bens de luxo para a Rússia, como veículos, vestuário e alguns tipos de bebidas alcoólicas, além de joias e outros bens "frequentemente comprados por elites russas". O valor dos produtos foi estimado pela Casa Branca em quase US$ 550 milhões ao ano.
Além disso, os EUA vetarão as importações de vários setores importantes da economia russa, como frutos do mar, vodca e diamantes não industriais. Isso tirará da Rússia mais de US$ 1 bilhão em receita de exportações, diz a Casa Branca.
O Tesouro americano está atento para evitar qualquer tentativa da Rússia de contornar sanções, inclusive com o uso de moeda virtual, diz o governo. Será criada ainda uma regra para banir investimentos americanos na Rússia não apenas no setor de energia, já alvo de sanções, mas em toda a economia do país.
Biden também voltou a enfatizar o apoio dos EUA à Ucrânia, com o envio de "auxílio à defesa" e ajuda humanitária.
— Receberemos os refugiados aqui de braços abertos, caso eles precisem — disse ele.
Ao mesmo tempo, o presidente americano disse que os EUA não desejam travar uma guerra com a Rússia na Ucrânia, por desejar evitar uma 3ª Guerra Mundial. Biden advertiu, porém, que, se os russos usarem armas químicas, pagarão um "preço severo".