O embaixador da China nos Estados Unidos disse neste domingo (20) que seu país não enviou armas à Rússia para uso na Ucrânia, mas recusou-se a descartar definitivamente a possibilidade de que Pequim o faça num futuro próximo.
Questionado no canal CBS se a China poderia enviar dinheiro ou armas à Rússia, o embaixador Qin Gang falou sobre o presente e disse:
— Há desinformações de que a China forneça assistência militar à Rússia. Nós as rechaçamos.
Em uma longa chamada telefônica na sexta-feira (18), o presidente americano, Joe Biden, advertiu seu homólogo chinês, Xi Jinping, que haveria "consequências" para Pequim se fornecesse apoio material a Moscou na guerra na Ucrânia.
— O que a China está fazendo é enviar alimentos, medicamentos, sacos de dormir e fórmula para bebês, não armas ou munições para qualquer das partes — esclareceu o representante chinês no programa Face the Nation.
Pequim tem evitado até agora criticar seu aliado russo pela invasão da Ucrânia, apesar da insistência de autoridades americanas, britânicas e outras nesse sentido.
Em suas declarações, Qin Gang garantiu que seu país continua "promovendo as negociações de paz e pedindo um cessar-fogo imediato."
O tipo de condenação pública da Rússia promovida por muitos no Ocidente "não ajuda", disse ele.
— Precisamos de razão. Precisamos de coragem. E precisamos de boa diplomacia — justificou.
O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que as potências ocidentais devem levar em conta as preocupações de segurança da Rússia.
Segundo analistas, se Pequim ajudar militarmente a Rússia, poderia transformar um conflito transatlântico já explosivo em uma disputa mundial com o Ocidente contra a segunda maior economia do mundo, o que provocaria turbulências nos mercados internacionais.