O governo das Ilhas Salomão informou nesta quinta-feira (31) que assinou um documento para um amplo acordo de segurança com a China, um pacto que os países ocidentais temem que abra o caminha para que Pequim estabeleça uma presença militar no Pacífico sul.
"As autoridades das Ilhas Salomão e a República da China assinaram hoje os elementos para o marco de um tratado bilateral de cooperação entre os dois países", anunciou o gabinete do primeiro-ministro do país insular, Manasseh Sogavare.
Agora o acordo deve ser assinado pelos ministros das Relações Exteriores dos dois países.
Um rascunho do acordo que vazou na semana passada citava medidas para permitir o envio de navios e equipamentos de segurança chineses para estas ilhas do Pacífico.
"A China poderá, de acordo com suas próprias necessidades e com o consentimento das Ilhas Salomão, fazer visitas navais para abastecimentos logísticos nas Ilhas Salomão e fazer escalas e transições", segundo o rascunho.
Também permitiria a presença de policiais armados chineses para ajudar a manter a "ordem social" no país insular, a pedido das autoridades.
As "forças chinesas" também poderão proteger "a segurança dos funcionários chineses e grandes projetos nas Ilhas Salomão".
O vazamento do documento provocou preocupação na região Ásia-Pacífico.
Estados Unidos e Austrália expressaram o temor de que a China construa uma base naval no Pacífico Sul, o que permitira à Marinha de Pequim projetar seu poderio além de suas fronteiras.
O comandante das operações conjuntas da Austrália, tenente-general Greg Bilton, disse que o pacto "muda o cálculo" das operações de seu país no Pacífico.
Mas o primeiro-ministro do país insular, Manasseh Sogavare, rebateu as críticas e afirmou que "não há intenção alguma (...) de pedir a China que construa uma base militar nas Ilhas Salomão".
* AFP