O ciclone Batsirai saiu de Madagascar na manhã desta segunda-feira (7) sem afetar as principais cidades, mas deixou pelo menos 20 mortos e devastou arrozais no centro do país, o que pode agravar a situação humanitária. O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) teme que muitas das vítimas sejam crianças – elas representam mais de 50% da população.
— Batsirai deixou Madagascar esta manhã (segunda-feira) às 7h locais (1h em Brasília) e partiu para o Golfo de Moçambique — disse o vice-representante do Unicef em Madagascar, Jean Benoît Manhes.
De acordo com o último balanço do Escritório de Gestão de Riscos e Desastres, além das 20 mortes, o ciclone forçou 55 mil pessoas a abandonarem suas casas.
Este ciclone tropical atingiu Madagáscar na noite de sábado com ventos de 165 km/h, depois de passar pela ilha francesa da Reunião.
O ciclone atingiu primeiro uma zona costeira de 150 km de extensão, pouco povoada e agrícola. Depois, seguiu para o oeste, onde provocou o aumento no volume dos rios, devastando as plantações de arroz.
— O impacto do ciclone não termina hoje. Vai durar vários meses e seu impacto será agrícola — advertiu Manhes.
Um dos países mais pobres do mundo, a ilha já foi atingida por uma tempestade tropical mortal em janeiro, Ana, que deixou 55 mortos e dezenas de milhares de deslocados, ou feridos.
A capital Antananarivo e o principal porto do país, Tamatave, não foram alcançados pelo ciclone, o que explica um número de mortos inferior ao temido pelas autoridades. Todos os anos, durante a temporada de ciclones (de novembro a abril), cerca de dez tempestades cruzam o sudoeste do Oceano Índico de Leste a Oeste.
Em 2018, o país já havia sofrido duas tempestades consecutivas (os ciclones Ava e Eliakim), que deixaram 51 e 20 mortos, respectivamente. E, em 2017, o ciclone Enawo matou pelo menos 78 pessoas.