A Ucrânia informou nesta sexta-feira (25) que registrou dados preocupantes de radiação na usina nuclear de Chernobyl, tomada pelo exército russo no dia anterior. Moscou, no entanto, afirma que tudo está sob controle na área.
— Houve um aumento nos indicadores acima dos níveis de controle às 3h20min (22h20min de quinta-feira no horário de Brasília) — informou o vice-diretor do departamento ucraniano para questões de segurança em instalações nucleares, Alexander Grigorach. — Mas não podemos verificar, porque todos os funcionários foram evacuados.
O Verkhovna Rada (Parlamento da Ucrânia) também indicou em sua conta no Telegram que o sistema de controle automatizado havia registrado um aumento de "raios gama", um sinal de radioatividade, sem especificar o nível, na região.
"Por causa da ocupação e das hostilidades, atualmente é impossível estabelecer as razões" para essas leituras, informou Verkhovna Rada.
Por sua vez, um porta-voz do exército russo assegurou que "não há necessidade de se preocupar com a segurança do reator" que explodiu em 1986, irradiando uma parte da Europa, nem seu sarcófago, garantindo, ao contrário do lado ucraniano, que os funcionários ainda estavam no local.
— Foi alcançado um acordo com um batalhão da Força de Segurança de Energia Atômica da Ucrânia em vista da segurança conjunta dos blocos de energia e do sarcófago da usina nuclear de Chernobyl — afirmou Igor Konashenkov, porta-voz do ministério da Defesa russo.
— A radiação na área da central nuclear está em conformidade com a norma — assegurou, afirmando que "o pessoal da central (...) monitora a situação com radioatividade".
A cooperação entre soldados russos e ucranianos para garantir a segurança da usina "é uma garantia de que as formações nacionalistas ou outras organizações terroristas não poderão usar a situação do país para organizar uma provocação nuclear", acrescentou o porta-voz.
O pior acidente nuclear da história ocorreu em 26 de abril de 1986, na Ucrânia, então uma das 15 repúblicas soviéticas, quando um reator da usina, localizada a cerca de cem quilômetros da capital Kiev, explodiu, contaminando até três quartos da Europa, especialmente Ucrânia, Rússia e Belarus.
Quase 350 mil pessoas tiveram que ser evacuadas de um perímetro de 30 quilômetros ao redor da usina. O número de vítimas é motivo de controvérsia.