Pelo menos 40 pessoas morreram em um massacre na noite de terça-feira (1º), na República Democrática do Congo (RDC), quando um grupo de milicianos atacou um acampamento de deslocados em Ituri, no nordeste do país - informaram diferentes fontes nesta quarta-feira (2).
"Pelo menos 40 civis foram assassinados com armas brancas" em um acampamento para deslocados no território de Djugu, tuitou o Termômetro de Segurança de Kivu (KST, na sigla em inglês).
Fontes administrativas e da sociedade civil disseram, por sua vez, que o balanço é demais ao menos 50 mortos.
A milícia Cooperativa para o Desenvolvimento do Congo (Codeco) é a principal suspeita de ter cometido o ataque. A Codeco alega defender os interesses da comunidade lendu e ataca, com frequência, os membros do grupo hema.
"Houve uma incursão de milicianos da Codeco entre as 21h e as 22h (horário local) no acampamento para deslocados popularmente denominado Plaine Savo", a 3 km da aldeia de Bule, no território de Djugu (província de Ituri), disse por telefone à AFP Jean Richard Dhedda Lenga, chefe administrativo de Bahema Badjere.
"De maneira provisória, confirmamos 59 mortes", continuou, acrescentando que esse número pode aumentar.
Além disso, completou, cerca de 40 pessoas ficaram feridas.
"Acabo de deixar o lugar. Os jovens estão buscando outros corpos nas cabanas e na floresta", relatou.
"Eu contei 53 cadáveres, mas continuam chegando mais. Estão empilhados aqui, no local onde me encontro neste exato momento", afirmou, por sua vez, a presidente da sociedade civil neste governo, Désiré Malo Dra.
"Acabamos de trasladar 36 feridos para o centro de saúde de Bule", disse ela.
Segundo Désiré, "a maioria das vítimas são mulheres e crianças (...) Os milicianos estavam armados com facões. Muitas das vítimas foram degoladas, assassinadas com arma branca", continuou, acrescentando que os agressores "operaram com a mais absoluta calma" e que o Exército chegou ao terreno na manhã desta quarta.
Djugu é um dos territórios da província de Ituri mais afetados pela violência atribuída a diferentes facções da Codeco.
Em apenas oito dias, entre o final de novembro e o início de dezembro passados, o KST contabilizou 123 civis mortos nesta mesma região, também em acampamentos de deslocados.
* AFP