O Tribunal de Justiça de Modena, na Itália, se manifestou nesta terça-feira (8) sobre o caso dos pais de um menino que exigiam que o filho só recebesse doação de sangue de doares não vacinados contra a covid-19. Por decisão judicial, o pedido dos familiares foi negado. As informações são do Uol.
A criança precisa passar por uma delicada cirurgia no coração, mas desde a semana passada, os pais não permitiram que o hospital Sant'Orsol realizasse o procedimento sem garantir que o sangue doado ao menino fosse de uma pessoa não vacinada. Segundo o jornal Gazzeta di Modena, os familiares do paciente criaram uma campanha no Telegram para que pessoas que não tomaram o imunizante se apresentassem como voluntários e conseguiram 40 contatos.
Os médicos do hospital tentaram explicar que a doação de sangue segue protocolos rígidos de segurança para garantir a integridade e segurança dos pacientes e que a identidade dos doadores permanece anônima. Além disso, mesmo que o tribunal concedesse o direito de um não vacinado doar, ainda assim seria preciso garantir a compatibilidade sanguínea. Os pais se recusaram a seguir os procedimentos e acionaram a Justiça.
Na terça-feira, o juiz tutelar deu razão à instituição médica, alegando que havia garantias de absoluta segurança do sangue fornecido pelo hospital, sendo, por isso, superada a objeção dos familiares. O magistrado ainda citou que os motivos dos pais do menino seriam puramente religiosos e que não tinham base científica.
Vacinação
De acordo com dados do Ministério da Saúde da Itália, mais de 91% da população acima de 12 anos já iniciou o ciclo vacinal contra a covid-19. Além disso, 88,4% dos habitantes já tomaram as duas doses do imunizante e 83% receberam as três doses.
Em5 de janeiro deste ano, o governo italiano decidiu que a vacinação deveria ser obrigatória para todas as pessoas com mais de 50 anos, devido a um forte aumento das infecções. A medida entrará em vigor a partir de 15 de fevereiro.