O chanceler alemão, Olaf Scholz, confirmou nesta terça-feira (22) a suspensão da autorização para o controverso gasoduto Nord Stream 2, que liga a Rússia à Alemanha, depois que Moscou reconheceu a independência de duas repúblicas separatistas pró-russas do leste da Ucrânia.
— Parece técnico, mas é necessário um passo administrativo e, então, não pode existir certificação do gasoduto e, sem certificação, o Nord Stream 2 não pode começar a operar — afirmou Sholz.
— Não podemos aceitar o reconhecimento (das regiões pró-Rússia) e por isto é tão importante reagir agora e rápido — disse.
O Nord Stream 2, concluído em novembro, mas não entrou em operação, é um projeto que provocou dúvidas econômicas e geopolíticas desde o início.
O início da operação dependia de uma certificação da agência reguladora alemã de energia, que estava analisando o possível desrespeito a dispositivos da legislação alemã e europeia. Mas agora o governo alemão decidiu dar um passo à frente com a suspensão, consequência dos últimos eventos na fronteira entre Rússia e Ucrânia.
O Nord Stream 2 mede 1,23 mil quilômetros sob o Mar Báltico e tem capacidade de 55 bilhões de metros cúbicos de gás por ano. Segue o mesmo percurso que o Nord Stream 1, que funciona desde 2012.
O gasoduto evita o território ucraniano e aumentará o abastecimento de gás russo à Europa, no momento em que a produção própria registra queda. O chanceler alemão advertiu para "outras sanções" em caso de agravamento da situação na fronteira ucraniana. Também disse que confia na aprovação de medidas punitivas "fortes" contra a Rússia por parte da União Europeia.
Apesar das declarações, Scholz pediu mais oportunidades à diplomacia para evitar uma "catástrofe".
— É o objetivo de todos os nossos esforços diplomáticos — disse.