O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, criticou nesta quinta-feira (6) os movimentos antivacina e sua "verborragia", mais uma vez instando os britânicos a se imunizarem contra a covid-19, já que a variante Ômicron aumenta a pressão no sistema hospitalar.
Durante uma visita a um centro de vacinação em Northampton, região central da Inglaterra, Johnson considerou que "talvez 30%, 40%" dos pacientes hospitalizados devido ao coronavírus "não são vacinados".
A "grande maioria" dos pacientes atualmente em terapia intensiva não foi vacinada e a "grande maioria não recebeu uma dose de reforço", acrescentou ele, apelando a quem ainda não se imunizou que o faça.
— Também quero dizer aos ativistas antivacinas, que colocam esse discurso nas redes sociais, que eles estão completamente errados — disparou ele, lançando seu ataque mais severo contra os detratores da vacina contra covid-19. — Que tragédia ter essa pressão sobre a saúde pública, todas as dificuldades que nossos médicos e enfermeiras estão passando, e que as pessoas falam besteiras sobre a vacinação — insistiu.
Essas declarações vêm depois de algumas palavras do presidente francês Emmanuel Macron, publicadas na terça-feira (4) pelo jornal Le Parisien, nas quais ele afirma querer "irritar" os não vacinados, o que gerou uma forte polêmica na França.
Johnson reiterou, no entanto, seu compromisso com uma abordagem voluntária no Reino Unido, onde a vacinação só é obrigatória para profissionais de saúde: 60% dos maiores de 12 anos receberam a dose de reforço e 82%, as duas aplicações iniciais.
Um dos países mais afetados pela pandemia na Europa, com quase 150 mil mortes, o Reino Unido registra atualmente recordes de novos casos, impulsionados pela variante mais contagiosa, a Ômicron, que chegam a 200 mil por dia.