O chanceler alemão, Olaf Scholz, e o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, lançaram uma dura advertência à Rússia, na quinta-feira (20), contra uma possível agressão militar à Ucrânia.
Em uma conversa por telefone ontem à noite, os dois líderes concordaram em que "é preciso evitar uma agressão militar da Rússia contra a Ucrânia (...)", mas que, se isso acontecer, "a Rússia deve saber que sofrerá custos consideráveis e graves", informou a Chancelaria alemã, em um comunicado.
Um porta-voz de Johnson disse, por sua vez, que ambos "compartilharam sua profunda preocupação com as ações desestabilizadoras da Rússia na Ucrânia e declararam que qualquer invasão será um grave erro estratégico".
"O primeiro-ministro ressaltou a importância de os aliados da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) trabalharem juntos para conseguirem uma resposta coordenada", acrescentou o porta-voz.
Reforçando as declarações da véspera, a ministra das Relações Exteriores do Reino Unido, Liz Truss, afirmou nesta sexta-feira (21), que a Rússia entrará em um "terrível atoleiro", se decidir invadir a Ucrânia, evocando a possibilidade de um conflito prolongado e sangrento que acabaria afundando Moscou.
Em discurso feito na Austrália, Truss pediu ao presidente russo, Vladimir Putin, que evite "um erro estratégico colossal". Segundo ela, o presidente "não aprendeu as lições da história".
"A invasão levará apenas a um terrível atoleiro e à perda de vidas, como vimos na guerra soviética no Afeganistão e no conflito na Chechênia", insistiu a chanceler britânica.
Liz Truss pediu, ainda, que os países aliados "deem um passo à frente" diante dessa escalada, a qual vinculou ao fortalecimento de regimes autoritários que buscam "exportar ditaduras".
A ministra frisou que, se houver uma invasão, as consequências podem ser severas, com duras sanções ocidentais impostas tanto ao setor financeiro quanto a indivíduos.
O ministro australiano da Defesa, Peter Dutton, apoiou seu aliado e disse que a atitude da Rússia "estimula outros perseguidores e outras ditaduras a fazerem o mesmo".
A viagem de Truss acontece em meio a contatos diplomáticos entre as potências ocidentais e a Rússia para encontrar uma saída para a crise na Ucrânia. Segundo os Estados Unidos, dezenas de milhares de soldados russos se encontram estacionados na fronteira, preparados para invadir o território ucraniano.
Os temores de uma invasão crescem há meses. A Casa Branca disse acreditar que um ataque pode acontecer "a qualquer momento". Poucos especialistas militares acreditam que as forças ucranianas tenham condições de repelir uma incursão russa.
Uma reunião sobre o assunto entre os chefes das diplomacias russa e americana, Serguei Lavrov e Antony Blinken, respectivamente, acontece nesta sexta em Genebra.
* AFP