Pelo menos três pessoas foram mortas e mais de 30 ficaram feridas em dois atentados suicidas em Kampala, capital de Uganda, nesta terça-feira (16), reivindicados pelo grupo jihadista Estado Islâmico (EI).
Este é o segundo ataque mortal em Uganda reivindicado pelo EI em poucas semanas, após um atentado a bomba em 23 de outubro que matou uma garçonete e feriu várias pessoas em um restaurante de Kampala.
A polícia de Uganda havia atribuído o duplo atentado desta terça-feira a um "grupo local ligado à ADF", as Forças Democráticas Aliadas, uma rebelião ativa no leste da vizinha República Democrática do Congo (RDC).
O grupo jihadista Estado Islâmico refere-se à ADF como sua "Província da África Central" (Iscap). Em março, os Estados Unidos vincularam oficialmente a ADF ao grupo Estado Islâmico.
As duas explosões ocorreram pela manhã, com três minutos de intervalo, no distrito comercial de Kampala.
O primeiro ataque foi realizado em um posto de controle próximo à sede da polícia por um homem carregando uma bomba em uma mochila. O segundo por dois homens "disfarçados de mototáxis" perto da entrada do Parlamento, segundo a polícia.
Em nota publicada em seus canais do Telegram, o EI indicou que os ataques foram perpetrados por três homens-bomba.
As forças de contraterrorismo detiveram um quarto terrorista e "apreenderam um dispositivo explosivo caseiro não detonado de sua casa", disse Enanga.
A maioria dos feridos são policiais, informou a Cruz Vermelha de Uganda.
A explosão perto das instalações da polícia destruiu janelas, e a outra, perto do Parlamento, incendiou veículos estacionados na área.
- Corpos "mutilados" e "espalhados" -
Os ataques acontecem três semanas após dois outros, um contra um restaurante da capital, em 23 de outubro, reivindicado pelo Iscap, e um ataque suicida contra um ônibus perto de Kampala, dois dias depois, que não foi reivindicado. As autoridades de Uganda disseram que há "um alto nível de conexão" entre os dois.
Os atentados desta terça-feira causaram pânico no distrito comercial de Kampala, onde corpos "mutilados" e "espalhados" cobriam o chão, revelou Enanga.
O prefeito de Kampala, Salim Uhuru, estava em uma agência bancária perto da sede da polícia quando ocorreu a explosão.
"Foi um barulho muito alto. Corri para a delegacia e vi um policial que conheço morto no chão. Seu corpo estava destruído", disse ele à AFP.
O Parlamento cancelou sua sessão marcada para esta terça-feira e a área ao redor do prédio foi isolada por soldados fortemente armados.
A polícia de Uganda deteve no mês passado membros da ADF sob suspeita de ataque a "instalações importantes".
Além dos dois atentados, o EI também assumiu a responsabilidade por um atentado a bomba contra uma delegacia de polícia em Kampala no dia 8 de outubro, do qual não há vítimas conhecidas.
* AFP