De acordo com o periódico francês Le Monde, a tenista chinesa Peng Shuai, 35 anos, foi dada como desaparecia após denunciar o ex-vice-primeiro-ministro da China Zhang Gaoli, 75 anos, de abuso sexual.
A denúncia foi feita no dia 2 de novembro através da rede social Weibo, mas o conteúdo foi removido do ar poucos minutos após a publicação. No dia da revelação, até mesmo a palavra "tênis" (wangqiu) foi banida pela rede social que equivale ao Twitter.
Essa é a primeira vez que um líder de alto escalão dentro do Partido Comunista Chinês é vinculado a esse tipo de assédio, apesar de a China já ter visto escândalos do tipo antes.
A notícia foi divulgada primeiro pela jornalista japonesa Emily Peng, correspondente do canal de TV NPR, em Pequim. O correspondente do Le Monde em Xangai, Simon Leplâtre, escreveu a respeito da situação.
— As acusações de estupro afetam pela primeira vez um líder tão importante dentro do governo chinês. Mas o silêncio da jovem desde que o caso foi tornado público aumenta o temor do que pode ter acontecido com ela — afirmou Leplâtre.
Em sua postagem, Peng Shuai disse que Zhang Gaoli a forçou a fazer sexo em sua casa há três anos depois de jogar tênis. Além disso, a tenista afirmou que sete anos atrás já tinha se relacionado com ele. Segundo ela, a esposa de Zhang sabia disso e "montou guarda do lado de fora" .
"Eu estava muito assustada. Naquela tarde, inicialmente recusei. Eu não conseguia parar de chorar. Tomado pelo medo e pela confusão desisti e fizemos sexo."
Uma das especulações é que ela tenha ido para os Estados Unidos. Peng Shuai é campeã em duplas de Roland Garros e Wimbledon, mas não disputa uma partida oficial desde o começo da pandemia.