A polícia de Uganda afirmou neste domingo (24) que a explosão que matou uma pessoa de deixou três feridos no sábado em um restaurante da zona norte de Kampala foi um "ato de terrorismo doméstico".
"Os suspeitos detonaram o dispositivo depois que abandonaram o local", afirmou o porta-voz da polícia, Fred Enanga, antes de detalhar que o explosivo continha pregos e fragmentos de metal.
"Todos os indícios sugerem um ato de terrorismo doméstico", completou Enanga. Ele disse que os criminosos colocaram uma bolsa de plástico debaixo de uma mesa.
O presidente de Uganda, Yoweri Museveni, chamou a explosão de "ato terrorista".
"Parece ser um ato terrorista, mas encontraremos os autores", escreveu Museveni no Twitter.
"A população não deve ter medo, vamos derrotar os criminosos como derrotamos todos os crimes cometidos por estes porcos que não respeitam a vida", completou o presidente.
Enanga indicou que o grupo parecia pouco sofisticado e que os investigadores acreditam que podem rastrear o paradeiro dos autores graças às evidências encontradas.
O porta-voz, no entanto, não revelou detalhes sobre as identidades ou a motivação.
A polícia informou que a explosão matou Emily Nyinaneza, uma garçonete de 20 anos, e que outras três pessoas foram internadas, duas delas em estado crítico.
O toque de recolher nacional contra o coronavírus começa às 19H00 em Uganda, mas não é respeitado de maneira uniforme.
Este foi o primeiro ataque fatal do tipo em muitos anos em Kampala, cidade de dois milhões de habitantes. Mas sinais e advertências foram registrados nas últimas semanas para um possível atentado.
No dia 8 de outubro, o grupo extremista Estado Islâmico (EI) reivindicou um atentado com bomba contra uma delegacia de Kawempe, perto do local da explosão de sábado.
A polícia confirmou mais tarde apenas um incidente menor, sem divulgar informações detalhadas.
Desde então, Reino Unido e França alertaram seus cidadãos para possíveis atentados e pediram a Uganda que vigie os locais mais movimentados, incluindo restaurantes, bares e hotéis.
Em 2010, dois atentados em Kampala contra torcedores que assistiam a final da Copa do Mundo deixaram 76 mortos. Os ataques foram reivindicados pelo Al Shabab.
O grupo militante Al-Shabaab da Somália reivindicou a autoria das explosões em um restaurante e em um clube de rúgbi.
O ataque, o primeiro dos insurgentes fora da Somália, foi considerado uma vingança pelo envio de tropas de Uganda ao país devastado pela guerra como parte de uma missão da União Africana para enfrentar o Al-Shabaab.
* AFP