Colin Powell, que foi secretário de Estado americano durante o mandato do republicano George W. Bush, faleceu aos 84 anos vítima de "complicações da covid-19", anunciou nesta segunda-feira (18) a família. "Nós perdemos um notável e amoroso marido, pai, avô e um grande americano", afirmaram os parentes em um comunicado.
Powell foi o primeiro afro-americano a ocupar o posto de comandante do Estado-Maior Conjunto, antes de tornar-se o chefe da diplomacia americana.
O ex-secretário de Estado faleceu no hospital Walter Reed, na região de Washington, onde os presidentes dos Estados Unidos geralmente recebem atendimento.
Defensor da guerra no Iraque, Powell fez um longo discurso em 5 de fevereiro de 2003 no Conselho de Segurança da ONU sobre as armas de destruição em massa (ADM) que o regime de Bagdá supostamente possuía. Seus argumentos foram a base para justificar a invasão do país algumas semanas depois.
Anos mais tarde, admitiu que o caso era uma "mancha" em sua reputação.
— É uma mancha... e sempre fará parte do meu histórico. Foi doloroso. É doloroso agora — disse Powell em uma entrevista ao canal ABC News em 2005.
Nascido em 5 de abril de 1937 no Harlem, ele cresceu em Nova York e se formou em Geologia. Também participou do Corpo de Treinamento de Oficiais da Reserva (ROTC) na faculdade e, ao se formar em junho de 1958, recebeu a patente de segundo-tenente do exército dos Estados Unidos e foi enviado para a então Alemanha Ocidental.
Powell cumpriu duas missões no Vietnã — em 1962-63 como um dos milhares de conselheiros militares de John F. Kennedy, e novamente em 1968-69 para investigar o massacre de My Lai.