Um americano que se tornou um dos invasores do Capitólio em janeiro, com suas tatuagens expostas e seu traje com chifres de búfalo, se declarou culpado nesta sexta-feira (3) por invasão ilegal e conduta violenta em um tribunal federal em Washington.
Jacob Chansley, um autoproclamado "xamã" e adepto das teorias da conspiração do QAnon, foi preso poucos dias após a invasão do Congresso.
Este homem de 30 anos de Phoenix, Arizona, está detido desde 9 de janeiro, depois que o mundo inteiro viu imagens dele posando nos corredores do Capitólio com um cocar de pele e chifres, o rosto pintado, o torso nu e carregando uma lança com a bandeira dos Estados Unidos.
"Sim, meritíssimo", disse Chansley por videoconferência ao juiz Royce Lambert no tribunal federal de Washington, declarando-se culpado da mais grave das seis acusações imputadas.
A sentença está marcada para 17 de novembro. Com seu mea culpa, sua sentença deve ficar entre 41 e 51 meses de prisão, menos os oito que já passou atrás das grades, segundo a promotoria.
"Ele não tem ficha criminal, não participou de conspiração, não foi violento" durante a agressão, disse seu advogado Albert Watkins durante a audiência por videoconferência, na qual pediu que seu cliente aguardasse a decisão em liberdade.
O advogado observou que Chansley sofre há vários anos de "transtornos de personalidade" que foram agravados por um período de detenção em isolamento.
Watkins também solicitou que Chansley fosse libertado enquanto aguarda a sentença, um pedido que o juiz Lambert disse que consideraria.
Chansley, também conhecido como Jacob Angeli, está entre centenas de manifestantes presos após o levante de 6 de janeiro.
Ele e outros se declararam culpados depois que um vídeo os mostrou lutando com a polícia ou ameaçando legisladores e o então vice-presidente Mike Pence, que supervisionava o processo de certificação do Colégio Eleitoral naquele dia.
Os promotores disseram que Chansley deixou um bilhete para Pence na bancada do Senado onde o então vice-presidente havia estado minutos antes, que dizia: "É apenas uma questão de tempo, a justiça está chegando."
De acordo com a acusação da qual se declarou culpado, Chansley se envolveu em "conduta desordenada e perturbadora" quando obstruiu os procedimentos do Congresso e ameaçou funcionários do poder Legislativo.
Chansley se autodenominou um "soldado" do QAnon, mas seu advogado garantiu que seu cliente repudia essas crenças.
* AFP