O Reino Unido concluiu nesse sábado (28) sua operação de retirada do Afeganistão após a saída de um voo com seus últimos soldados no país e disse lamentar não ter podido evacuar centenas de colaboradores afegãos.
O ministério da Defesa tuitou que "um voo final transportando o pessoal das Forças Armadas britânicas deixou Cabul", mensagem acompanhada de uma foto de soldados aparentando cansaço embarcando no avião.
Horas antes, o Reino Unido tinha enviado seu último avião para retirar civis do Afeganistão e destinou seus últimos esforços para a evacuação do pessoal diplomático e militar restante antes da data limite de 31 de agosto para a saída das tropas americanas.
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, agradeceu a todos os que participaram da operação e destacou que em pelo menos duas semanas foram retiradas 15 mil pessoas.
"Quero agradecer a todos aqueles envolvidos e às milhares que serviram ali nas duas últimas décadas", disse em mensagem nas redes sociais.
O comandante das forças armadas do Reino Unido, general Nick Carter, disse que a operação de retirada "saiu tão bem quanto possível", mas que foi "desolador" não ter "podido tirar todos".
Carter calculou que o número de afegãos elegíveis que não foram evacuados era "de umas centenas".
O ministro da Defesa, Ben Wallace, tinha estimado anteriormente que entre 800 e 1.100 afegãos elegíveis para realocação sob o esquema do Reino Unido "não conseguiram" sair.
Um dos últimos a deixarem Cabul foi o diretor britânico da organização beneficente de animais Nowzad, Paul ou "Pen" Farthing, cuja campanha para retirar 200 gatos e cães em um avião fretado privadamente provocou polêmica no Reino Unido.
"Estamos aliviados em confirmar que Pen e os animais de Nowzad deixaram o Afeganistão à tarde e estão a salvo", reportou a organização no Twitter.
A insistência de Farthing em tirar os animais enquanto muitos afegãos ficaram para trás, inclusive alguns funcionários da Nowzad, foi amplamente criticada no Reino Unido.