Um navio turco realizou, nesta sexta-feira (16), disparos de advertência contra um navio da Guarda Costeira cipriota que patrulhava em busca de imigrantes sem documentos perto do porto de Kato Pyrgos, na costa noroeste da ilha dividida, informaram as autoridades cipriotas, incidente que a Turquia nega.
O incidente ocorreu alguns dia antes da visita do presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, à autoproclamada República Turca do Norte do Chipre (RTNC) para comemorar o 47º aniversário da invasão turca do terço norte da ilha mediterrânea em 1974, como resposta a um golpe de Estado dos nacionalistas greco-cipriotas que desejavam voltar a se unir à Grécia.
O incidente ocorreu às 03h30 (21h30 no horário de Brasília) a cerca de 11 milhas náuticas (20 km) do pequeno porto pesqueiro de Kato Pyrgos, ao oeste da linha de armistício patrulhada pela ONU que separa o território controlado pela TRNC e a República do Chipre, membro da União Europeia, informou a agência cipriota CNA.
O incidente destaca o recente "comportamento agressivo" da Turquia com o Chipre, disse o porta-voz do governo, Marios Pelekanos, na televisão estatal. "Nunca houve um incidente desta natureza", acrescentou o porta-voz, que informou que não houve feridos.
No entanto, fontes diplomáticas turcas contatadas pela AFP negaram que realizaram disparos de um navio turco ou da RTCN contra uma patrulha cipriota-grega.
Além das tensões em torno da divisão da ilha, a imigração clandestina ao Chipre também é um tema espinhoso entre Nicosia e Ancara. Segundo as autoridades cipriotas, a maioria dos imigrantes sem documentos chega da parte turca.
Desde que o governo declarou em maio um "estado de emergência", o Chipre intensificou suas patrulhas tanto em terra como em mar, para enfrentar o fluxo de imigrantes sírios que lotaram seus centros de abrigo.
* AFP