Considerada ícone da 'performance', a sérvia Marina Abramovic foi anunciada como a vencedora do Prêmio Princesa das Astúrias das Artes, por uma vida dedicada a obras impactantes, com uma "constante busca da liberdade individual".
Nascida em 1946 em Belgrado, na época Iugoslávia, a artista explora em seu trabalho "os limites do corpo e da mente por meio de 'performances' arriscadas e complexas em uma constante busca da liberdade individual", afirma um comunicado da Fundação Princesa das Astúrias.
Para suas apresentações, Abramovic já cumpriu um jejum de vários dias, dançou até a exaustão, perdeu a consciência no meio do fogo ou permaneceu sentada por mais de 700 horas olhando os olhos de quem queria estar à sua frente em "The Artist is Present", uma performance no MoMa de Nova York.
Filha de guerrilheiros que lutaram contra o nazismo e que depois integraram o governo comunista de Tito, ela começou a carreira de artista de 'performance' na década de 1970, depois de estudar na Academia de Belas Artes de Belgrado e na de Zagreb.
Entre suas obras mais famosas está "Balkan Baroque", na qual sentou sobre ossos de animais para lavá-los durante dias, em sinal de luto pela guerra dos Bálcãs. Apresentada na Bienal de Veneza, a obra ganhou o Leão de Ouro de melhor artista.
O prêmio de artes é o primeiro anunciado em 2021 pela Fundação Princesa das Astúrias, que homenageia pessoas e instituições de diversas áreas, que vão da pesquisa científica aos esportes, passando pela cooperação internacional e as ciências sociais.
O vencedor recebe 50.000 euros e uma escultura criada pelo falecido artista catalão Joan Miró.
* AFP