Os presidentes russo, Vladimir Putin, e americano, Joe Biden, poderão se reunir "em junho", indicou neste domingo (25) um conselheiro do Kremlin, Yuri Ushakov, afirmando que "datas concretas" estão sendo discutidas.
Em meados de abril, Biden propôs em uma conversa telefônica com Putin se reunir neste verão (do hemisfério norte) em um país neutro, com o objetivo de estabilizar as relações entre as potências rivais.
Apesar de Moscou expressar seu interesse pela proposta, até agora não anunciou uma decisão concreta com relação a esse possível encontro.
— Há datas, não as vou revelar, mas será em junho — disse Ushakov durante uma entrevista na rede de televisão pública Rossia 1.
O presidente americano prevê realizar sua primeira viagem ao exterior em meados de junho, ao Reino Unido e depois à Bélgica, para as cúpulas do G7 e da Otan e uma reunião com os dirigentes da União Europeia (UE).
De acordo com um comunicado da Casa Branca, em breve mais detalhes serão fornecidos sobre a viagem, "em particular com relação a possíveis elementos complementares". Essa formulação desatou imediatamente especulações em Washington sobre um possível encontro com Vladimir Putin. Finlândia e Áustria tem manifestado sua disposição em serem anfitriões do encontro.
As tensões entre Moscou e Washington são elevadas, devido aos desacordos sobre a Ucrânia, à situação do opositor russo Alexei Navalny e às acusações de espionagem, interferência eleitoral e ciberataques imputados a Moscou.
Estados Unidos adotou na quinta-feira passada (22) novas sanções contra a Rússia, incluindo a expulsão de 10 diplomatas russos e restrições para a compra da dívida russa aos bancos americanos.
A Rússia respondeu expulsando 10 diplomatas americanos, ameaçando o sustento de ONGs financiadas por Washington em seu território e com o veto de viagem ao país de vários membros do governo Biden.
O embaixador americano John Sullivan retornou a Washington para "consultas" no contexto dessas retaliações.