As forças de segurança de Burkina Faso lançaram nesta terça-feira (27) uma intensa busca por dois espanhóis e outras duas pessoas desaparecidas ontem após um ataque no leste do país africano, entre temores de que tenham sido assassinados.
Uma fonte de alto escalão dos serviços de segurança disse à AFP que "ao menos dois dos três ocidentais ficaram feridos, segundo testemunhas, o que faz temer que tenham sido (...) assassinados pelos terroristas".
"É cedo para tirar conclusões, mas as chances" de encontrá-los com vida "diminuem à medida que as horas passam", acrescentou a fonte, destacando que as buscas lançadas "permanecem sem resultados".
Sobre as imagens de corpos de três homens brancos que circulam nas redes sociais, afirmou que não podia "autenticá-las", porque não viu os ocidentais antes. "O processo de identificação está em andamento", explicou.
O governo espanhol confirmou nesta terça-feira o desaparecimento de dois de seus cidadãos no ataque de segunda a uma patrulha contra a caça furtiva, acompanhada de instrutores e jornalistas ocidentais na região de Fada N'Gourma-Pama (leste).
"Temos dois cidadãos espanhóis desaparecidos", confirmaram fontes do ministério espanhol das Relações Exteriores, destacando que estão em contato com as autoridades locais e com as famílias.
Segundo fontes locais e de segurança, entre os desaparecidos há também um irlandês e um burkinês. O ataque deixou também três pessoas feridas.
Os ocidentais desaparecidos eram "jornalistas-instrutores que trabalham para uma ONG de proteção do meio ambiente", disse fonte de segurança burkinesa.
O ataque foi obra de homens armados que circulavam em duas vans e cerca de dez motos, segundo fontes de segurança, que afirmaram que os agressores levaram armas e material, incluindo duas vans e um drone.
- Ataques extremistas frequentes -
Nos últimos anos, houve vários sequestros de estrangeiros em Burkina Faso, fronteiriça com Mali e Níger. Desde 2015, os ataques extremistas são cada vez mais frequentes neste local.
No início, os ataques atribuídos a grupos extremistas islâmicos - como o Grupo de Apoio ao Islã e aos Muçulmanos (GSIM) afiliado ao Al-Qaeda e o Estado Islâmico no Grande Saara (EIGS) - centravam-se no norte do país, na fronteira com o Mali.
No entanto, com o tempo, se estenderam à capital e para outras regiões, principalmente do leste e do noroeste.
Desde 2015, as ações violentas dos extremistas causaram mais de 1.200 mortes e mais de um milhão de deslocados.
* AFP