A Armênia suspendeu, nesta quarta-feira (24), a lei marcial imposta no final de setembro, no início da guerra com o Azerbaijão pelo controle da região separatista de Nagorno Karabakh.
Aprovada por 118 dos 132 deputados do Parlamento, esta decisão faz parte de um acordo entre o primeiro-ministro Nikol Pashinyan e a oposição para desativar a crise política causada pelo que consideram uma humilhante derrota armênia no conflito.
Opositores do primeiro-ministro se manifestam regularmente para exigir sua renúncia e conseguiram antecipar as eleições legislativas para junho.
A lei armênia estipula que um primeiro-ministro não pode ser destituído de suas funções, se a lei marcial estiver em vigor.
Ontem, o presidente do Parlamento, Ararat Mirzoian, disse que a aliança política no poder apoiará essa iniciativa, "já que se chegou a um acordo entre as forças políticas para desativar a crise, mediante eleições antecipadas".
Após seis semanas de combates, com mais de 6.000 mortos, o governo armênio se viu obrigado, em meados de novembro, a aceitar um cessar-fogo. Mediada por Moscou, o acordo resultou em ganhos territoriais significativos para o Azerbaijão e no envio de forças russas para manter a paz.
A Armênia perdeu a cidade simbólica de Shusha e os territórios ao redor de Nagorno Karabakh. A localidade havia se separado do Azerbaijão no início dos anos 1990, em um primeiro conflito que deixou 30.000 mortos.
* AFP