Ao menos 35 pessoas foram assassinadas, entre elas um militar, em confrontos entre pastores e agricultores no sul do Chade, informou o secretário-geral da província nesta quarta-feira (17) à AFP.
Os agricultores "foram atacados por ladrões de estrada. Este ataque causou um morto e dois feridos", disse Mara Maad.
Em represália, os agricultores, que acusam os criadores de serem responsáveis, "atacaram na segunda-feira uma área onde vivem os pastores" na província de Salamat, no sudeste.
No total, "esses confrontos intercomunitários causaram 35 mortes, uma delas militar", declarou.
Forças de segurança foram enviadas para a província.
A violência entre comunidades é frequente no sul do Chade, onde muitos habitantes estão armados. Entre eles, estão principalmente pastores nômades e agricultores que acusam os primeiros de deteriorar seus campos pastoreando seus animais.
No final de novembro, ao menos 22 pessoas morreram em confrontos entre pastores e agricultores no departamento de Kabbia, no sul do país, após a destruição de um campo de bois.
Entre dezembro e início de janeiro, cerca de 50 pessoas morreram no Chade em outros conflitos tribais.
Em seu discurso de 31 de dezembro, o presidente chadiano Idriss Déby Itno se declarou "aflito" e "preocupado" com os confrontos em várias cidades nos últimos meses.
O sul do Chade, com um clima mais ameno e uma vegetação mais verde, atrai há muito tempo os pastores das áreas desérticas do norte de Sahel, e é uma região de trasumância.
Algumas comunidades nômades árabes se estabeleceram lá há muito tempo e se opõem aos agricultores em conflitos pela terra.
* AFP