A pressão sobre as autoridades australianas para que iniciem a campanha de vacinação contra a covid-19 aumenta, mas o primeiro-ministro, Scott Morrison, afirmou nesta terça-feira (5) que o país não vai correr "riscos desnecessários".
Vários países já iniciaram a campanha de imunização, mas o órgão regulador da Austrália só deve aprovar as vacinas dentro de um mês. As primeiras doses serão aplicadas no fim de março.
Morrison, que no início da pandemia afirmou que a Austrália seria "líder" em termos de vacinação, deu a entender que os países mais afetados pelo vírus, como o Reino Unido, se viram obrigados a conceder as autorizações de maneira urgente.
— A Austrália não está em uma situação de emergência como o Reino Unido. Não temos que economizar recursos. Não temos que correr riscos desnecessários — declarou o chefe de governo conservador à rádio l3AW.
De modo geral, a Austrália conseguiu conter a pandemia, mas recentemente detectou vários focos nas duas maiores cidades do país: Sydney e Melbourne. Desde o início da pandemia, o país, com uma população de 25 milhões de pessoas, registrou quase 30 mil contágios e menos de mil mortes por coronavírus.
De acordo com Morrison, o Reino Unido, que registra atualmente quase 60 mil novas infecções por dia, está "nas fases iniciais" da vacinação e teve "alguns problemas" porque atua em caráter de emergência. O primeiro-ministro considera que as campanhas de vacinação no Reino Unido e nos Estados Unidos, entre outros, darão à Austrália mais informações sobre os fármacos do que os testes clínicos.
A Austrália pretende comprar 54 milhões de doses da vacina desenvolvida pelo grupo britânico AstraZeneca com a Universidade de Oxford e 3,8 milhões de doses chegarão nos próximos dias ao país. Também assinou acordos para adquirir este ano 51 milhões de doses da vacina desenvolvida pelo laboratório americano Novavax e outras 10 milhões do fármaco produzido pelos laboratórios Pfizer/BioNTech.
