O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, afirmou que a situação do Reino Unido é "grave" em relação à pandemia de coronavírus e não descartou um acirramento nas medidas de restrição social em algumas partes do país nas próximas semanas. Em entrevista à BBC, ele disse que espera que a situação melhore a partir do segundo trimestre, com a aceleração no programa de vacinação.
— Obviamente há um enorme leque de medidas mais restritivas que nós temos que considerar, mas não vou especular sobre o que pode ou não acontecer agora — disse, descartando um novo lockdown nacional para evitar o que ele chama de "consequências colossais" para a economia britânica.
O chefe de governo britânico espera uma aceleração no programa de vacinação a partir desta semana, com a entrada no sistema de saúde de mais de 500 mil doses do imunizante criado pela Oxford/AstraZeneca, mas ainda não deu detalhes de como chegar à meta de vacinar dois milhões de pessoas semanalmente, o necessário para controlar a pandemia.
— Estamos trabalhando sem parar e te garanto que vamos vacinar dezenas de milhões de pessoas nos próximos três meses.
Johnson disse também que pretende continuar como primeiro-ministro com o fim do processo do Brexit e defendeu que a saída do Reino Unido da União Europeia vai trazer mais benefícios do que prejuízos à economia do país no longo prazo.
— Podemos criar uma série de subsídios para reduzir o impacto das novas regras locais —comentou, quando questionado sobre os programas de transição que foram criados para empresas britânicas adaptarem suas regulações.
O primeiro-ministro do Reino Unido também se posicionou contra a realização de um novo referendo sobre a independência da Escócia em meio às críticas dos habitantes do território sobre a saída da União Europeia.
— Acho que os referendos precisam ser uma situação "geracional", tivemos um em 1979 e outro em 2014 que acabaram por decidir manter a Escócia na União, então está muito cedo para outro pleito — disse.