A União Europeia (UE) pediu à China, nesta terça-feira (29), a libertação imediata da "jornalista cidadã" Zhang Zhan, condenada a quatro anos de prisão, assim como de várias outras pessoas detidas por seu ativismo em defesa dos direitos humanos.
Natural de Xangai, Zhan viajou em fevereiro a Wuhan, na época o epicentro da epidemia, e divulgou reportagens nas redes sociais, a maioria delas sobre a caótica situação nos hospitais. Ela foi detida em maio e acusada de "provocar distúrbios", uma terminologia frequentemente utilizada contra os opositores do regime do presidente Xi Jinping.
"Antes de sua prisão, Zhang havia informado sobre a pandemia de coronavírus em Wuhan", disse o porta-voz da política externa da UE, Peter Stano, em um comunicado.
Em sua nota, Stano observou que, de acordo com "fontes confiáveis, Zhang foi submetida a tortura e maus-tratos durante sua detenção, e sua saúde piorou seriamente. É fundamental que ela receba a assistência médica adequada".
Bruxelas também exigiu a libertação de Yu Wensheng, um advogado defensor dos direitos humanos, preso em 13 de dezembro. A nota menciona os ativistas Li Yuhan, Huang Qi, Ge Jueping, Qin Yongmin, Gao Zhisheng, Ilham Tohti, Tashi Wangchuk, Wu Gan e Liu Feiyue.
A preocupação de Bruxelas sobre o destino desses ativistas chineses e jornalistas independentes foi tornada pública, apesar do impulso da UE para assinar um grande acordo de investimento com a China.
Vários eurodeputados manifestaram sua preocupação com o fato de o acordo, negociado ao longo de sete anos, enviar um sinal equivocado sobre os direitos humanos. Na véspera, porém, os representantes permanentes dos 27 países da UE deram sinal verde à assinatura do acordo.