O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, pediu neste domingo por negociações com base em "dois Estados separados" no Chipre, se mostrando contrário à reunificação da ilha sob um Estado federal.
"Existem dois povos separados e dois estados separados no Chipre. As negociações são necessárias para uma solução baseada em dois Estados distintos", disse Erdogan durante um discurso na parte norte do Chipre, ocupada pela Turquia, onde chegou neste domingo.
Em 1974, o exército turco invadiu o terço norte de Chipre em resposta a um golpe de Estado que pretendia vincular a ilha à Grécia. Desde então, a República de Chipre - membro da União Europeia desde 2004 - exerce sua autoridade sobre dois terços localizados ao sul de uma zona-tampão monitorada pela ONU.
Em 2017, as últimas negociações oficiais para resolver o conflito entre as duas partes fracassaram.
Em outubro passado, o nacionalista Ersin Tatar, protegido de Ancara, conquistou a vitória nas eleições da autoproclamada República Turca do Norte de Chipre (RTCN), que só reconhece a Turquia.
Tatar também defende a solução de dois Estados.
No domingo, o presidente cipriota Nicos Anastasiades qualificou a chegada de Erdogan ao norte de Chipre de "provocação", e criticou a política de "fato consumado" da Turquia, que "mostra assim que não respeita o direito internacional".
A Grécia, por sua vez, considerou que a visita de Erdogan constituía uma "violação direta às resoluções da ONU".
Em sua agenda, Erdogan tem neste domingo um "piquenique" em Varosha, um conhecido balneário antigo, abandonado por seus habitantes e fechado pelo exército turco após a invasão de 1974.
* AFP