O democrata Joe Biden, 77 anos, será o 46º presidente dos Estados Unidos. Segundo as projeções das redes de TV americanas e de agências como AFP e AP, o candidato superou os 270 delegados no Colégio Eleitoral ao vencer a disputa na Pensilvânia, neste sábado (7), quatro dias após o início da contagem dos votos.
De acordo com a imprensa dos EUA, Biden já conquistou 273 votos no Colégio Eleitoral, contra 213 de Donald Trump, candidato à reeleição pelo Partido Republicano. Arizona, Geórgia, Nevada, Carolina do Norte e Alasca também seguem em apuração — o democrata lidera em três desses Estados.
Os resultados oficiais não têm data para serem confirmados. Além disso, a campanha de Trump promete ações na Justiça — já pediu recontagem em Wisconsin e tenta suspender a apuração na Pensilvânia e na Geórgia, por exemplo.
Pouco depois da divulgação dos números que o colocam como eleito, Biden se manifestou por meio do Twitter. "O trabalho que temos pela frente será árduo, mas eu prometo a você o seguinte: serei um presidente para todos os americanos - quer você tenha votado em mim ou não", escreveu.
O perfil do eleito
Não é comum que os perfis dos dois candidatos à presidência dos Estados Unidos sejam tão diferentes, mas, na disputa de 2020, a personalidade amigável de Biden, com sua origem modesta, se opôs à personalidade exultante de Trump — um empresário que nasceu em um círculo de privilégios, mas que insiste em ser o candidato "outsider".
Biden entrou para a política nacional aos 29 anos, quando conseguiu uma surpreendente eleição como senador por Delaware em 1972. Mas apenas um mês depois uma tragédia abalou sua vida, quando a primeira esposa, Neilia Hunter, e a filha de um ano morreram em um acidente de carro quando saíram para comprar uma árvore de Natal.
Outros dois filhos ficaram gravemente feridos, mas sobreviveram ao acidente. O mais velho, Beau, morreu vítima de câncer em 2015. As tragédias ajudaram a cimentar a empatia da opinião pública americana em relação a Biden.
Suas habilidades são polivalentes. Da mesma forma que sorri em um auditório lotado de estudantes universitários, Biden é capaz de conectar-se com operários de áreas em crise econômica ou expressar duras críticas aos rivais.
Ele não tem a mesma força dos oito anos em que foi vice-presidente de Barack Obama e, apesar de conservar o sorriso de comercial, seus passos são mais lentos. Os críticos e os próprios democratas questionaram durante a campanha se a sua propensão a gafes seria um destaque durante a campanha contra Trump.
Quando foi eleito pela primeira vez, era um dos senadores mais jovens no Capitólio, onde passou décadas antes de ser o vice-presidente de Obama. A mensagem de Biden se articula em grande medida em associação com seu estilo moderado durante o último governo democrata, mas durante a campanha prometeu que como presidente adotará posturas mais progressistas nas áreas da mudança climática, justiça racial e alívio da dívida estudantil.