O ex-presidente Evo Morales, exilado na Argentina, retornará à Bolívia na próxima segunda-feira (9), um dia após a posse de Luis Arce, e fará uma viagem de 1,1 mil quilômetros da cidade fronteiriça de Villazón ao Trópico de Cochabamba.
— Depois de amanhã (segunda-feira) de manhã, às 10h ou 11h, estarei cruzando a fronteira da Argentina e da Bolívia — disse Morales em entrevista coletiva neste sábado (7), acrescentando:
— Espero que não haja problemas jurídicos.
Morales ainda agradeceu ao presidente argentino Alberto Fernández, que o acompanhará na fronteira "por uma questão de segurança".
Fernández deve viajar a La Paz neste sábado para a posse de Arce e espera-se que na segunda-feira esteja em La Quiaca com Morales.
Com uma caravana que percorrerá várias cidades bolivianas, o ex-presidente socialista viajará por terra até a cidade de Chimoré, no trópico de Cochabamba, onde pretende chegar no dia 11 de novembro para se instalar.
Naquela região, Morales iniciou sua atividade como sindicalista e ativista cocaleiro na década de 1980 e ali se refugiou há um ano, em meio a protestos e revoltas por denúncias de fraude em sua quarta reeleição consecutiva.
Neste sábado, ele disse que seus colegas de movimentos sociais "vão me dizer se ainda sou líder ou não".
Morales, de 61 anos, tinha um mandado de prisão preventiva em seu país por acusações de "terrorismo", que atribui a "uma guerra suja", mas há poucos dias foi anulado pela Justiça.
Ele renunciou à presidência em 10 de novembro de 2019, após perder o apoio das Forças Armadas em meio a uma crise gerada por denúncias de fraude eleitoral.
Inicialmente asilado no México, refugiou-se na Argentina em dezembro de 2019, quando Fernández assumiu a presidência.
