A Rússia está disposta a promover o diálogo para reduzir as tensões no Mediterrâneo oriental a respeito das fronteiras marítimas e recursos energéticos, disse o chefe da diplomacia, Serguei Lavrov, durante uma visita a Chipre.
Agressões verbais, manobras militares e envios de navios para a área, vários países da região, em particular Grécia e Turquia, disputam a delimitação de suas fronteiras marítimas e depósitos de hidrocarbonetos.
A Turquia não reconhece a Zona Econômica Exclusiva (ZEE) do Chipre, membro da União Europeia (UE), e realiza suas próprias prospecções.
Grécia e Chipre, apoiados pela França, acusam a Turquia de violar o direito marítimo internacional.
Ancara acredita, por sua vez, ter direitos sobre sua "plataforma continental".
O presidente francês Emmanuel Macron presidirá uma cúpula de sete países do sul da UE na quinta-feira na Córsega, o fórum Med-7, onde essas tensões serão abordadas.
Por sua vez, em Nicósia, onde se encontra por ocasião do 60º aniversário do estabelecimento das relações bilaterais entre Rússia e Chipre, Lavrov criticou a atitude dos EUA nesse assunto matéria.
Washington, um ator "externo" à região, "tenta provocar divisões e contribuir para os conflitos ao invés de soluções pacíficas", afirmou.
De acordo com a imprensa, a embaixadora dos Estados Unidos em Nicósia, Judith Garber, pediu às autoridades da ilha que fechassem seus portos aos navios militares russos, que param ali para fornecer suprimentos e permitir o descanso das tripulações.
No entanto, em uma entrevista à AFP na sexta-feira, o presidente de Chipre, Nicos Anastasiades, rejeitou a ideia.
Chipre, como um país pequeno, deve manter "excelentes relações com todos os membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas", disse o presidente cipriota.
Esses navios "são bem-vindos, desde que não usem nossos portos para atacar nossos vizinhos", disse ele.
* AFP