Policiais da Organização das Nações Unidas (ONU) protegem, desde quarta-feira (10), a clínica Panzi em Bukavu, no leste da República Democrática do Congo (RDC), dirigida pelo ganhador do Prêmio Nobel da Paz Denis Mukwege. Ele vem sofrendo ameaças no país.
A clínica Panzi atende mulheres que sofreram violência sexual na província de Kivu do Sul, no leste da RDC, e também se tornou a casa deste médico após ataque contra ele em sua residência em 2012.
— Damos as boas-vindas à reenvio das forças da Monusco (missão da ONU na RDC) em Panzi, desde esta manhã, para garantir a segurança dos doentes e dos funcionários — disse o famoso ginecologista, um dos ganhadores do Prêmio Nobel da Paz em 2018, ao lado da iraquiana Nadia Murad.
Policiais da ONU pararam de monitorar a clínica em maio passado, devido à pandemia do coronavírus, de acordo com uma porta-voz de Mukwege. Em 31 de julho, o médico denunciou no Twitter novas ameaças contra ele e seus familiares, após relatar um massacre de civis na província, dias antes.
"O governo da RDC e a ONU devem tomar medidas urgentes e concretas para proteger Denis Mukwege", pediu a Anistia Internacional.
No final de agosto, a alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, pediu à República Democrática do Congo uma "ação rápida" para levar à Justiça os autores das ameaças de morte contra o Prêmio Nobel da Paz.
Na terça-feira (8), Stephane Dujarric, porta-voz do secretário-geral da ONU, António Guterres, comentou que cabe às autoridades congolesas garantir a segurança de seus cidadãos, mas afirmou que "a missão de paz dá todo apoio possível dentro de seus meios limitados".