O Congresso do Peru aprovou, nesta sexta-feira (11), a abertura de um processo que pode levar à destituição do presidente do país, Martín Vizcarra. A "moção de vacância" foi aprovada por 65 votos a 36, com 24 abstenções. Eram necessários 52 para que o processo fosse admitido. Agora, os parlamentares devem debater afastamento em até 10 dias. Os debates não podem começar antes de três dias da aprovação da moção, a menos que 104 parlamentares aprovem isso.
A "moção de vacância por incapacidade moral" foi apresentada na quinta-feira à noite (10) com o argumento de que Vizcarra obstruiu uma investigação legislativa.
Vizcarra, que assumiu o poder em março de 2018 após a renúncia do presidente Pedro Pablo Kuczynski, do qual era vice-presidente, foi acusado na quinta-feira de pedir a seus assessores que mentissem em uma investigação parlamentar sobre um contrato polêmico com um cantor, de acordo com a transmissão de alguns áudios.
O caso estourou em maio, quando a imprensa descobriu que o Ministério da Cultura havia contratado, durante a pandemia, o cantor Richard Cisneros como palestrante e apresentador O Parlamento abriu uma investigação sobre os supostos contratos irregulares pelos quais Cisneros teria recebido US$ 10 mil.
— Não vou renunciar, não vou correr — disse Vizcarra na quinta-feira à noite em uma mensagem na televisão, negando quaisquer atos ilegais. — Estamos diante de uma conspiração contra a democracia — completou.