Entre fevereiro e março de 2020, o continente europeu tornou-se o epicentro mundial da transmissão de coronavírus. Governos locais tomaram medidas sérias de restrições de atividades e de circulação, como o Reino Unido, a Itália e a Espanha, assustados com o colapso nos sistemas de saúde. As medidas deram resultado e os países puderam controlar a transmissão, retomando aos poucos as atividades.
Agora, com o epicentro da pandemia deslocado para os Estados Unidos e o Brasil, a Europa teme viver uma segunda onda de contágio. Na semana passada, a Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou que o número de casos de coronavírus registrados em setembro superou os meses de março e abril no continente europeu, o que pode levar as nações a promoverem o retorno das restrições de atividades.
— Os números de setembro deveriam servir de alerta para todos nós na Europa, onde o número de casos é superior aos registrados em março e abril — declarou em Copenhague o diretor da OMS no continente, Hans Kluge.
O programa Estúdio Gaúcha entrevistou, na noite desta terça-feira (22), brasileiros que estão na Europa para saber como eles estão lidando com a possibilidade do retorno das restrições.
O jornalista brasileiro Braitner Moreira, que mora na Itália, afirma que "os números no país são razoavelmente bons", mas que já existe a preocupação com uma nova onda:
— A Itália está preocupada com a segunda onda porque praticamente todos os países vizinhos e não só os vizinhos já estão com números iguais ou muito parecidos com o da primeira onda. Já tem alguns países com pequenos lockdowns, já tem casos mais extremos — afirma.
Andreza André da Rocha, que vive na Alemanha, descarta a possibilidade de um novo lockdown e afirma que as pessoa no país respeitam as exigências impostas pelo vírus, como o uso de máscaras, por exemplo.
— Há um certo clima de otimismo no ar porque a Alemanha foi um dos países que melhor lidou com a crise. Os médicos o sistema de saúde já ganharam experiência, sabem como lidar com os casos que possam vir. A capacidade para fazer testes também foi ampliada.
De acordo com Caroline Patatt, que mora em Portugal, o pais vive um momento de retorno às aulas, que iniciam em setembro e seguem até junho do ano seguinte:
— Estamos em situação de contingência desde o dia 15 de setembro. Foram apresentadas diversas medidas para se aplicar a todo o país. Para essa retomada das aulas, cada instituição vem avaliando como irá gerir o retorno. Uma das medidas é a de dividir as turmas em grupos, e esses grupos se alternam entre aulas a distância e presenciais.
Roberta Barros, que está no Reino Unido afirma que, após um período de incentivo a retomada da economia, o governo britânico voltou a impor limitações a população:
— Parece que a segunda onda do coronavírus está começando no Reino Unido, infelizmente. Muita gente atribui isso às mensagens conflitantes que o governo vem passando nos últimos tempos. Em agosto, o governo incentivou que as pessoas voltassem a frequentar o comércio e se dispôs a pagar 50% da comanda das pessoas que fossem em restaurantes entre segunda e quarta-feira, por exemplo. Agora, não se viu obrigado a divulgar novas medidas, que não são tão rigorosas quanto as de março, mas são menos flexíveis do que as que estávamos vendo. Esse incentivo parou e os restaurantes agora só podem ficar abertos até as 22h.