As autoridades da região de Madri, na Espanha, estudam a aplicação de confinamentos seletivos nas áreas mais afetadas pela propagação do coronavírus. O que se propõe é um "confinamento por áreas básicas de saúde, ou por áreas de saúde que são as que têm maior incidência," principalmente "na zona sul de Madrid", afirmou o vice-conselheiro de Saúde Pública da região, Antonio Zapatero.
Segundo ele, as medidas serão tomadas "até o fim de semana (19 e 20)" e devem incluir "restrições em relação à concentração de pessoas e também à mobilidade".
Em algumas das áreas mais afetadas, como os bairros madrilenos de Villaverde e Usera, ou os municípios de Parla, Fuenlabrada e Alcobendas, foram registrados mais de 700 casos por cada 100 mil habitantes nas últimas duas semanas. Trata-se de um número bem acima da média espanhola (280), que é, por sua vez, uma das mais elevadas da Europa.
Em Puente de Vallecas, um dos bairros de menor renda da capital, a incidência é de mais de mil casos por 100 mil habitantes nos últimos 14 dias.
Seguindo a medida já adotada, por exemplo, na França, Zapatero explicou que "Madri propõe ao Ministério (da Saúde) a possibilidade de reduzir a quarentena para sete dias", porque "mais vale uma quarentena de sete dias efetuada em um percentual alto do que não cumprir a quarentena dos 14 dias".
A média de idade dos casos detectados nas últimas semanas é de 39 anos, mas os pacientes hospitalizados têm 63 anos, em média, na região da capital, onde vivem 6,6 milhões de pessoas. A Espanha é um dos países mais atingidos pelo coronavírus na Europa, continente que está passando por uma segunda onda da pandemia nas últimas semanas.
Na terça-feira (15), segundo balanço do Ministério da Saúde, o país ultrapassou 30 mil óbitos e 600 mil casos. Nas últimas duas semanas, foram diagnosticados mais de 43 mil casos, um terço do total nacional.