Três pescadores iranianos, feitos reféns por piratas somalianos, foram libertados após cinco anos de cativeiro, informou nesta quinta-feira (20) à AFP um membro da equipe que negociou a libertação.
John Steed, um ex-oficial do exército britânico que passou anos negociando a soltura dos reféns de piratas na Somália, informou que os três homens foram soltos no sábado, mas estavam à espera dos resultados de testes de COVID-19 para viajar a Etiópia e dali para seu país.
Os três pertenciam à tripulação remanescente do pesqueiro iraniano FV Siraj, capturado por piratas somalianos em frente ao litoral da Somália em março de 2015.
O quarto membro da tripulação foi libertado no ano passado porque precisava de atendimento médico urgente.
Os três iranianos libertados estão "muito magros, como se esperava" e têm problemas gástricos, mas além disso se encontram bem, acrescentou Steed, coordenador da Hostage Support Programme (HSP), em Nairóbi.
"Isto realmente marca o fim de uma era, entre 2010 e 2019, piratas somalianos mantiveram cerca de 2.300 tripulantes cativos em seus barcos ou como reféns", disse George Lamplugh, membro da HSP, em um comunicado consultado pela AFP nesta quinta-feira.
"Muitos foram torturados, alguns morreram, mas outros ficaram traumatizados por sua experiência. Simplesmente nos alegra ter podido resgatar todos os que ficaram para trás e fora do alcance de empresas e países", acrescentou.
Os ataques de piratas a barcos no mar em frente à costa da Somália alcançaram um máximo de 176 em 2011, antes de caírem drasticamente nos últimos anos.
* AFP