As autoridades indianas abrandaram ainda mais as restrições de confinamento impostas por causa do coronavírus neste sábado (29), mesmo com o aumento de casos e mortes em todo o país.
A Índia tem o número de casos registrados que mais cresce no mundo, agora com 3,5 milhões, e mais de 62 mil mortes pela pandemia. Atualmente é o terceiro país mais afetado no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos e do Brasil.
Mas o governo enfrenta pressão para dar um alívio à economia, já que milhões de pessoas perderam empregos desde que as restrições foram impostas pela primeira vez, em março.
O Ministério do Interior disse que a partir do próximo mês reuniões com até cem pessoas serão permitidas com o uso de máscaras e distanciamento social em eventos culturais, de entretenimento, esportes e políticos.
Os serviços de metrô também poderão ser retomados "de maneira gradativa" nas principais cidades.
O coronavírus atingiu fortemente megacidades como Mumbai e Nova Délhi, mas agora se espalha por cidades menores e áreas rurais.
As novas diretrizes do governo preveem que escolas e faculdades permaneçam fechadas, mas os alunos podem encontrar os professores voluntariamente nas instituições de ensino, caso necessário.
O governo tem resistido a uma campanha maciça de estudantes para adiar as provas para o ingresso nas faculdades de medicina e engenharia, que serão realizadas por cerca de 2 milhões de estudantes no próximo mês.
Os alunos afirmam que temem se infectar durante as avaliações em todo o país. Autoridades dizem que medidas especiais estão sendo tomadas para a realização das provas.
O governo também disse que os Estados individuais não podem impor medidas gerais de isolamento social fora das áreas que são consideradas "zonas de contenção", onde foram relatados grupos infectados.
Vários Estados impuseram medidas mais duras nas últimas semanas por causa do aumento de casos.
O principal partido da oposição no Congresso pediu ao governo do primeiro-ministro Narendra Modi que estabeleça um plano objetivo para impedir a propagação da covid-19.
Com mais de 70 mil novos casos reportados a cada dia, os especialistas dizem que pode levar muitas semanas até se alcançar o pico da pandemia no país, que tem 1,3 bilhão de pessoas.