Os médicos que estavam tratando o dissidente russo Alexei Navalny, de 44 anos, em uma UTI de um hospital da Sibéria, autorizaram sua transferência para a Alemanha a pedido da família nesta sexta-feira (21). A mulher de Navalni, Yulia, pediu ao presidente russo, Vladimir Putin, que permitisse a transferência dele para a Alemanha depois que médicos russos relataram não ter encontrado "nenhum veneno" no corpo dele.
"O estado do paciente está estável e não nos opomos a sua transferência para o centro hospitalar indicado por seus parentes", disse Anatoly Kalinichenko, vice-diretor do Hospital de Emergências de Omsk.
Horas antes, o diretor do hospital, Alexandr Murajovski, havia afirmado que Navalny, internado na quinta-feira (20), permaneceria em observação em Omsk até sua completa estabilização e expressou preocupação com as alterações que o paciente poderia sofrer durante a decolagem e o pouso.
A porta-voz de Navalny, Kira Yarmysh, lamentou no Twitter a demora do conselho médico russo para tomar a decisão. Um grupo de médicos alemães, que viajou para Omsk para organizar a transferência para Berlim, concluiu, após examinar Navalny, que o líder opositor estava "em condições" de ser transportado.
Para Anastasia Vasilyeva, médica particular de Navalny, a recusa em autorizar sua transferência foi simplesmente para ganhar tempo, pois em poucos dias seria impossível detectar substâncias tóxicas no corpo dele.
Na quinta-feira, Navalny sentiu um mal-estar a bordo do avião em que voltava da cidade de Tomsk, na Sibéria, para Moscou, depois de tomar chá no aeroporto. Na ocasião, o piloto foi obrigado a realizar um pouso de emergência em Omsk. O opositor é conhecido por divulgar escândalos de políticos e empresários russos e anteriormente já foi alvo de atentados.