O principal opositor ao governo russo, Alexei Navalny, foi liberado nesta sexta-feira (23) depois de passar 30 dias na prisão por ter convocado a população a participar do grande movimento de protesto que abala a Rússia. Navalny saiu da prisão sorridente, como demonstram duas fotografias publicadas no Twitter por seu porta-voz, Kira Yarmysh.
Ao deixar o local, o ativista denunciou aos jornalistas "atos de terror destinados a amedrontar" por parte das autoridades russas em sua repressão do movimento de protesto em Moscou nas últimas semanas. Apesar da presença de policiais na saída de Navalny nesta sexta-feira, o ativista não foi detido novamente, como aconteceu com outros opositores liberados recentemente.
— O movimento vai continuar crescendo e este regime lamentará fortemente o que tem feito — disse Navalny.
Navalny, de 43 anos, foi detido em 24 de julho em Moscou, ao sair de casa para correr e comprar flores para o aniversário de sua esposa, no auge dos protestos para criticar a exclusão das candidaturas de opositores às eleições locais previstas para 8 de setembro.
Ele foi condenado a 30 dias de prisão por "infrações reiteradas das regras de organização de manifestações". Durante o período de detenção, Navalny recebeu atendimento para o que os médicos classificaram de "grave reação alérgica". O opositor não descartou a possibilidade de "envenenamento".
Várias manifestações não autorizadas para exigir eleições livres em Moscou terminaram com milhares de pessoas detidas nas últimas semanas. Este é o maior movimento de protestos no país desde o retorno do presidente Vladimir Putin ao Kremlin em 2012. Muitos opositores moscovitas cumprem atualmente curtas penas de prisão. A organização de Navalny, o Fundo de Luta contra a Corrupção, é investigado por "lavagem de dinheiro".