Cerca de 50 mil pessoas tomaram as ruas de Moscou neste sábado para pedir "eleições livres", na maior mobilização registrada na Rússia após o surgimento deste movimento contra a exclusão de candidatos independentes nas eleições locais de setembro. Ao final do ato, 136 pessoas foram detidas.
Embora essa concentração tenha sido autorizada, mas limitada a somente uma avenida da capital e ocorrido sem incidentes, centenas de pessoas quiseram continuar a manifestação em frente à sede presidencial, onde havia grande presença policial.
De acordo com a polícia de Moscou, 20 mil pessoas compareceram à manifestação.
As mobilizações crescem em Moscou no quarto fim de semana consecutivo de protestos, apesar da dura resposta das autoridades e da ausência da maioria dos líderes da oposição, praticamente todos presos.
As pessoas exibiam cartazes que pediram direito ao voto livre, enquanto outras agitavam bandeiras russas e mostravam fotografias de ativistas detidos em manifestações anteriores.
— Estou indignada com essa injustiça em todos os níveis. Eles não deixam candidatos apresentarem, mesmo quem reuniu o número necessário de assinaturas. Prenderam pessoas por se manifestarem pacificamente — disse à AFP Irina Dargolts, uma engenheira de 60 anos.
As duas manifestações anteriores, proibidas, resultaram em cerca de 1 mil detidos cada, mostrando o endurecimento da repressão contra o movimento.
A mobilização começou depois que foram rejeitadas 60 candidaturas independentes para as eleições locais de 8 de setembro, que se anunciam como "difíceis" para os candidatos que apoiam o poder.