O governo de Hong Kong ordenou nesta segunda-feira (6) que as escolas removam livros que possam violar a lei de segurança nacional da China imposta na semana passada. Diretores e professores "devem examinar o material pedagógico, incluindo os livros" e "removê-los se encontrarem conteúdo desatualizado que possa coincidir com os quatro tipos de infrações" definidas por lei, anunciou o Departamento de Educação do governo pró-chinês.
Essa diretiva para as escolas foi anunciada dois dias após a remoção, de acordo com bibliotecas, de obras que pudessem "violar a lei de segurança nacional". Os autores cujos títulos não estão mais disponíveis incluem Joshua Wong, um dos líderes dos protestos estudantis, e Tanya Chan, uma conhecida deputada pró-democracia.
O regime chinês impôs um texto altamente controverso à ex-colônia britânica em 1º de julho, o que faz a oposição temer um revés sem precedentes das liberdades desde a entrega em 1997 pelo Reino Unido desse território, que tem um estatuto de autonomia.
As autoridades chinesas, que esperam restaurar a estabilidade após vários meses de protestos no ano passado, dizem, no entanto, que esta lei diz respeito apenas a "uma pequena minoria" de pessoas. A lei procura suprimir subversão, secessão, terrorismo e conluio com forças estrangeiras.
Segundo Joshua Wong, essa retirada de livros foi acionada pela lei de segurança nacional.
"O terror branco continua a se propagar, a lei de segurança nacional é, por natureza, um instrumento destinado a questionar a (liberdade de) expressão", escreveu ele na sua página do Facebook no último sábado (4).