Milhares de pessoas se despediram nesta segunda-feira (8) de George Floyd em Houston, nos EUA, onde o corpo do afro-americano morto por um policial branco será sepultado nesta terça-feira (9). A morte do afro-americano gerou uma onda de indignação e protestos antirracistas no país e no mundo.
Ex-alunos e residentes da Jack Yates High School participaram de uma vigília em homenagem a George Floyd no campo de futebol da instituição. Moradores também fizeram uma fila em uma igreja no sul da cidade para dar o último adeus ao homem de 46 anos, que cresceu no município. Os manifestantes precisaram usar máscaras dentro do local e só puderam permanecer por alguns momentos em frente ao caixão aberto, devido à pandemia do coronavírus.
Alguns vestiam camisetas estampadas com a frase I can't breathe — não consigo respirar —, as últimas palavras de Floyd. Outros ergueram os punhos junto ao caixão, um símbolo do poder negro e de solidariedade. Kelvin Sherrod, de 41 anos, chegou acompanhado da esposa e de dois filhos, de 8 e 9 anos.
— Isto está nos unindo como país, não só pela cor da nossa pele —, disse.
Candice Qualls, outra presente no local, também destacou a mobilização que ocorreu após o caso:
— É tempo de mudança e de superar a opressão, a violência policial e o racismo.
O chefe da polícia de Houston, Art Acevedo, que chegou para cumprimentar a família de Floyd, admitiu que é preciso "muito trabalho" para acabar com a falta de confiança mútua entre a polícia e a comunidade negra.
Longe da multidão, sentado em uma cadeira de camping e com uma sombrinha para se proteger do sol, Zachary Daniels, de 56 anos, disse que tinha dúvidas de que as pessoas mudem seu parecer sobre a polícia no curto prazo.
— A pergunta é se (essa forma de pensar) continuará por seis meses ou (se) estaremos aqui mais uma vez para saudar outra vida negra —, acrescentou.