Segundo país europeu a voltar às urnas após a deflagração da pandemia do novo coronavírus, a Islândia vota neste sábado (27) em uma eleição presidencial, na qual o atual chefe de Estado, Gudni Johannesson, é o grande favorito a ser reeleito.
No total, 252.217 eleitores islandeses estão registrados para votar nas seções eleitorais, que abriram as portas às 9h locais (6h no horário de Brasília) e fecham às 22h locais.
Logo após o fechamento das seções, as primeiras pesquisas de boca de urna poderão começar a serem divulgadas.
O presidente Johannesson, que foi de bicicleta votar, disse à AFP que manterá o rumo, no caso de sua provável reeleição.
"Se eu conseguir o apoio dos meus compatriotas, seguirei o mesmo caminho", afirmou ele, em um colégio eleitoral perto da capital Reikjavik.
No regime parlamentar desta ilha nórdica, o presidente islandês, eleito por quatro anos, tem, na verdade, um papel essencialmente protocolar. É dotado, no entanto, de um único poder real, e é importante: um direito constitucional de bloquear a promulgação de uma lei e submetê-la a um referendo.
Nesta eleição única neste pequeno país de 365.000 habitantes, as pesquisas atribuem a Johannesson, um universitário de 52 anos sem filiação política, uma vitória esmagadora com mais de 90% das intenções de voto.
Na pesquisa mais recente do Instituto Gallup, divulgada na noite de sexta-feira, ele aparece com 93,4%.
Seu rival, o candidato de direita, Gudmundur Franklin Jonsson, de 56 anos, que adota a linha nacionalista e é um admirador do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tem poucas chances de ganhar.
Apesar de alguns sinais perturbadores de novos casos de COVID-19 nas últimas 24 horas, a pandemia está praticamente extinta nessa ilha boreal.
O impacto do novo coronavírus na organização dessa eleição foi pequeno, não indo além da orientação para se manter uma distância social de dois metros e da presença de luvas e de gel desinfetante nas mesas de voto.
- "Homem do povo" -
Depois da Sérvia, no domingo passado, e antes de Polônia e França, neste domingo, a Islândia é o segundo país a realizar eleições desde o início das medidas de confinamento na Europa.
Eleito em 2016 como o sexto e mais jovem presidente desde a independência em 1944, Johannesson flutuou entre 76% e 86% das opiniões favoráveis durante a maior parte de seu mandato, segundo o instituto MMR. Isso representa cerca de 25 pontos em média acima de seu antecessor.
"Ele é considerado um homem do povo, nada pomposo, nem sempre muito formal. Os islandeses o apreciam e querem mantê-lo como presidente", comenta o professor de Ciência Política Olafur Hardarson.
Ao contrário de seu antecessor, Olafur Grimsson, um conservador que não hesitava em alimentar polêmicas, Johannesson defendeu o consenso durante seus quatro anos na residência presidencial de Bessastadir.
* AFP