Uma estátua de Cristóvão Colombo foi decapitada na noite da última terça-feira (9) em Boston. A imagem do navegador genovês é mais uma vítima do movimento que exige a retirada de estátuas que são consideradas como símbolo do racismo, reavivado após as manifestações depois da morte de George Floyd.
A polícia de Boston foi alertada da decapitação pouco depois da meia-noite de quarta-feira, disse um porta-voz da polícia à AFP. O caso está sendo investigado, e por hora não há suspeito, afirmou.
A estátua do navegador genovês que chegou a América em 1492 financiado pela Corte Espanhola está sobre um pedestal no parque Cristóvão Colombo, no coração da cidade. Durante vários anos, era alvo de muitas polêmicas, assim como outras estátuas de Colombo no país e no mundo. Em Boston, o monumento já havia sido pichado.
Colombo, a quem alguns livros escolares apresentam como "o descobridor da América", é considerado por muitos agora como um dos responsáveis pelo genocídio dos povos indígenas, e denunciado também por ter defendido a escravidão. Outra estátua de Colombo foi arrancada na noite desta terça-feira em Richmond, Virgínia, e arrastada até um lago, de acordo com um jornal local.
Dezenas de cidades norte-americanas substituíram a comemoração do "Dia de Colombo", 12 de outubro, que é feriado nacional desde 1937, por um dia de homenagem aos povos indígenas. Boston e Nova York mantiveram a tradicional data, por concentrarem grandes comunidades de origem italiana.
O prefeito de Boston, Martin Walsh, condenou o vandalismo, mas informou que a estátua será retirada e espera uma decisão definitiva sobre seu destino.
Outros locais históricos da região da Nova Inglaterra estão na mira dos manifestantes, começando pelo prédio municipal Faneuil Hall, em homenagem ao comerciante de escravos Peter Faneuil, que ordenou sua construção no século XVIII antes de doá-lo para a cidade. O prédio atualmente sedia um centro comercial.