O cruzeiro australiano Greg Mortimer atracará nesta segunda-feira (11) no porto de Montevidéu para evacuar seus tripulantes, entre os quais há dezenas de casos da covid-19. Eles serão divididos em dois hotéis para cumprir a quarentena, segundo o governo uruguaio.
— Finalmente decidimos que o Uruguai fará o que tem que fazer. Essas pessoas não podem continuar em alto-mar indefinitivamente em um navio onde aparentemente o vírus circula, contagia e recontagia, porque não estão sendo curados — disse o ministro Ernesto Talvi em declarações à televisão no último sábado.
O cruzeiro, propriedade da empresa Aurora Expeditions, está situado a 20 km do porto de Montevidéu desde o final de março, após detectar casos de coronavírus entre as mais de 200 pessoas a bordo.
Seus cerca de 130 passageiros – australianos, neozelandeses, americanos e europeus – foram evacuados em dois grupos, nos últimos 10 e 15 de abril, em corredores sanitários instalados pelo governo uruguaio. No entanto, ainda permanecem a bordo 83 tripulantes de 20 nacionalidades.
Até o momento, um membro filipino da tripulação morreu por covid-19. Outro de nacionalidade polonesa pode embarcar num voo para voltar ao seu país.
De acordo com o informado por Talvi, os tripulantes voltarão na próxima terça-feira em dois ônibus: um para os 37 casos positivos por coronavírus, que serão transportados a um hotel especialmente acondicionado para recebê-los, e outro para os negativos, que irão para outro alojamento.
— (A operação terá) todas as precauções sanitárias, para cumprir a quarentena com comodidade, isolados em seus quartos, com check-ups médicos diários que serão realizados pelo (sistema de saúde privado) Casmu e com os hotéis sendo vigiados para que ninguém possa entrar ou sair — disse o ministro.
Além disso, ele relatou que o Ministério da Saúde Pública estabeleceu um protocolo de saúde para que aqueles que se curam – depois de fazerem um teste cujo resultado dê negativo e passem 72 horas sem sintomas – possam receber alta para retornar ao navio ou pegar um voo para retornar para suas casas. Uma empresa será encarregada de desinfetar o navio.
O médico uruguaio Jorge Rebogliati, que embarcou na última sexta-feira contratado pela companhia australiana, disse nesta segunda em declarações na televisão que dois médicos venezuelanos embarcados há um mês acompanharão cada um dos grupos em seus hotéis, enquanto ele permanecerá no navio com tripulação essencial para conseguir mantê-lo funcionando.