A justiça britânica decidiu, nesta quinta-feira (28), que determinará quem reconhece como o legítimo presidente da Venezuela, entre Nicolás Maduro e Juan Guaidó, antes de julgar a ação movida contra o Banco da Inglaterra (BoE) para devolver as reservas de ouro venezuelanas. O Banco Central da Venezuela (BCV), presidido por Calixto Ortega, apresentou queixa perante um tribunal comercial de Londres para recuperar mais de 30 toneladas do minério depositadas na instituição britânica. O BCV afirma que precisa da ação para combater o coronavírus.
No entanto, o BoE alega se ver entre a direção do BCV e outra rival, designada por Guaidó, que cinquenta países — incluindo o Reino Unido — consideram presidente interino da Venezuela.
— Todas as partes relevantes devem comparecer ao tribunal — disse Brian Kennelly, advogado do BoE, pedindo que os advogados da diretoria interina sejam incluídos no caso.
Admitindo a "urgência" de uma questão que os queixosos descrevem como humanitária, o juiz Teare escolheu primeiro decidir quem se reconhece como o presidente do país. O caso muito complexo será complicado pela necessidade de realizar audiências de videoconferência devido ao coronavírus com testemunhas em diferentes continentes e fusos horários distintos.
A questão do reconhecimento será resolvida em um julgamento de cinco dias "antes de 22 de junho", decidiu Teare, sem estabelecer uma data exata para o desconhecimento da disponibilidade do tribunal.