A Venezuela enviou ao Congresso americano informações sobre uma investigação parlamentar a respeito da tentativa de invasão armada por via marítima no país através do Caribe, na qual dois americanos foram presos e acusados de "terrorismo", anunciou nesta quinta-feira (21) o Ministério Público.
— Enviamos e foi recebida nesta terça-feira uma carta endereçada à presidente da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, na qual fornecemos informações ao Congresso americano sobre o ocorrido na Operação Gideon — informou o procurador-geral, Tarek William Saab.
Membros da Comissão das Relações Exteriores da Câmara de Representantes dos Estados Unidos iniciaram uma investigação depois de exigir do governo de Donald Trump informações sobre a frustrada incursão realizada em 3 de maio.
Na carta enviada ao Congresso, "damos informações para a investigação que está sendo realizada pelo Congresso" dos EUA sobre "a invasão à Venezuela feita por assassinos e mercenários, com a suposta participação dos governos Trump e (Iván) Duque (Colômbia)", disse Saab.
O texto, lido por Saab em pronunciamento transmitido pela emissora de TV estatal, volta a trazer alegações sobre o vínculo entre Jordan Goudreau, fundador da empresa de segurança Silvercorp USA, com sede em Miami, e o líder da oposição venezuelana Juan Guaidó, acusado de ter assinado um contrato com essa empresa.
Guaidó, reconhecido pelos Estados Unidos e mais de cinquenta países como presidente interino da Venezuela, nega envolvimento com a Silvercorp, enquanto o governo Trump chama a versão apontada por Caracas de um "melodrama".
Segundo o MP venezuelano, a frustrada "Operação Gideon" deixou 66 detidos, entre eles os militares americanos da reserva Luke Alexander Denman e Airan Berry, acusados, entre outras coisas, de terrorismo.
O ministro da Defesa da Venezuela, general Vladimir Padrino López, comentou sobre outras 39 prisões de desertores militares que entraram pela fronteira terrestre com a Colômbia, como forma de apoio terrestre à incursão que viria do mar.