Para amenizar o impacto da pandemia de coronavírus na economia das famílias que estão sem rendimentos devido à quarentena geral, o governo da Argentina anunciou que dará um auxílio de 10 mil pesos (cerca de R$ 800). A princípio, será uma única cota paga em abril, mas, segundo o governo, o benefício pode se estender, caso a determinação de isolamento total permaneça.
O Ingresso Familiar de Emergência (IFE) é para aqueles trabalhadores entre 18 e 65 anos que ficaram sem receber recursos por causa da interrupção de suas atividades econômicas, tanto formais quanto informais. As famílias que têm outra fonte de renda ou têm capacidade econômica demonstrável não receberão o benefício.
O governo avalia que serão contempladas 3,6 milhões de famílias. A inscrição para o recebimento do bônus será feita em uma página na internet, que deve estar disponível dentro de aproximadamente duas semanas, para argentinos natos ou naturalizados e residentes legais.
O anúncio foi feito pelo ministro da Economia, Martín Guzmán, que afirmou que existem três modelos no mundo para atacar a crise econômica decorrente da pandemia:
— Transferências diretas de dinheiro, proteção ao emprego e seguro-desemprego. A Argentina é o único país que está adotando os três modelos. Estamos garantindo que todos os que vivem na Argentina estejam protegidos da situação de crise econômica nacional e global.
O ministro do Trabalho, Claudio Moroni, também participou do anúncio e disse que o Estado busca alcançar famílias que hoje não recebem outros benefícios, como aposentadoria, pensão ou programas de assistência. Empregadas domésticas que estão registradas pelos patrões não estão aptas a receber o bônus, mas, se comprovarem que trabalham de maneira informal, terão acesso ao benefício.
Outras medidas
Em relação aos autônomos, pequenos comerciantes e empresários com poucos empregados, Guzmán informou que novas medidas de assistência do Estado serão anunciadas na semana que vem.
Os aposentados e pensionistas que recebem um salário mínimo terão direito a um bônus de 3 mil pesos (cerca de R$ 240). Aqueles que recebem menos de 18.892 pesos (R$ 1.500) receberão a quantia que falta para atingir esse valor. Os beneficiados são 4,6 milhões de pessoas.
Outra medida é a fixação de preços máximos para produtos essenciais, como alimentos, itens de higiene pessoal e medicamentos por 30 dias, que podem ser prorrogáveis. Os preços foram fixados no dia 6 de março.
A Argentina enfrenta uma profunda crise econômica e social. Em 2018, a pobreza no país atingiu 32% das pessoas; os sem-teto eram 6,7% da população. No final de 2019, a pobreza atingia 40% da população e a inflação terminou o ano em 53%.