Os pré-candidatos democratas à presidência dos Estados Unidos atacaram na noite de terça-feira (25) o favorito Bernie Sanders, em um debate acirrado no qual questionaram a capacidade do senador para unir os eleitores e derrotar Donald Trump.
O debate celebrado em Charleston, a quatro dias das primárias na Carolina do Sul, foi uma oportunidade para o ex-vice-presidente Joe Biden tentar impulsionar sua campanha, após os resultados decepcionantes nas três primeiras etapas da disputa democrata.
Os rivais de Sanders criticaram suas opiniões de esquerda e seus planos, principalmente a reforma para dar uma cobertura universal de saúde, como muito radicais para convencer o eleitorado americano.
Sanders — que venceu as primárias em New Hampshire e em Nevada — rebateu as críticas de que é "muito radical" e disse que tem a seu favor o fato de ser capaz de inspirar a participação dos eleitores.
— A forma de derrotar Trump, que é o que todos desejam, é que precisamos de uma campanha com energia e emoção. E precisamos trazer de volta a classe trabalhadora para o Partido Democrata — disse.
A Carolina do Sul organizará a última votação antes da "Superterça", em 3 de março, quando 14 Estados votarão simultaneamente, com um terço dos delegados necessários para a indicação do partido em disputa.
Críticas
Biden, que precisa provar na Carolina do Sul que continua sendo um candidato viável, advertiu que Sanders é brando no que diz respeito ao porte de armas, enquanto o ex-prefeito de Nova York Michael Bloomberg disse que a Rússia tenta ajudar o senador para beneficiar Trump.
— Vladimir Putin pensa que Donald Trump deveria ser presidente dos Estados Unidos, e por isto a Rússia o está ajudando a ser escolhido, para que seja derrotado por ele — declarou Bloomberg.
A senadora Elizabeth Warren e o ex-prefeito de South Bend (Indiana), Pete Buttigieg, dois candidatos que precisam de um impulso para seguir na disputa, atacaram o programa de Sanders por seus custos.
Buttigieg, um veterano do exército de 38 anos, afirmou que uma candidatura de Sanders provocaria o "caos" e dividiria os americanos. Warren disse que compartilha a agenda progressista de Sanders, mas destacou que existem profundas diferenças entre os dois.
Em sua defesa, Sanders citou um estudo da Universidade de Yale que mostra que um plano de seguro universal de saúde salvaria 68 mil vidas a cada ano e representaria uma economia de US$ 450 bilhões.