Pela primeira vez após fugir do Japão para o Líbano, Carlos Ghosn, ex-presidente da Nissan e da Renault, defendeu-se publicamente das acusações. Em entrevista coletiva em Beirute, ele afirmou que as acusações feitas pela Justiça japonesa são fantasiosas.
— Eu não fugi da Justiça. Eu não tinha escolha, eu tinha que me proteger e proteger a minha família — afirmou.
Ghosn disse que a fuga foi a decisão mais difícil da vida, mas que estava sofrendo com as leis japonesas. Ainda são desconhecidos todos os detalhes da saída dele do Japão, mas se acredita que Ghosn tenha embarcado em um jato particular em 29 de dezembro, com destino a Istambul, na Turquia. Chegou lá no dia seguinte e tomou outro avião rumo a Beirute, no Líbano.
Ghosn é acusado de malversação financeira no Japão. O ex-CEO da Renault-Nissan foi solto em abril de 2019, mas estava proibido de deixar o Japão, à espera do julgamento.
O franco-libanês de 65 anos estava em prisão domiciliar em Tóquio. Podia sair de casa e viajar pelo país por no máximo 72 horas, sem precisar de autorização judicial.