A China pediu aos Estados Unidos neste sábado (4) que "não abusem da força" após o ataque no Iraque que matou o general Qassem Soleimani, arquiteto da política expansionista iraniana no Oriente Médio.
– A perigosa operação militar dos Estados Unidos viola as normas fundamentais das relações internacionais e agrava tensões e turbulências regionais – disse o ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, ao seu colega iraniano, Mohamad Javad Zarif, durante uma conversa por telefone, segundo uma declaração publicada no site do ministério.
A China é um dos países que assinaram o acordo nuclear iraniano em 2015, do qual os Estados Unidos se retiraram unilateralmente em 2018, e um dos principais importadores do petróleo do Irã. O país asiático "se opõe ao uso da força nas relações internacionais. Meios militares, como pressão extrema, estão fadados ao fracasso", disse Wang, de acordo com o comunicado.
Na sexta-feira (3), a China já havia manifestado preocupação com uma escalada do conflito entre o Irã e os Estados Unidos e pedido calma após o ataque norte-americano. O líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, que decretou três dias de luto nacional na sexta-feira, pediu "vingança" pela morte de Soleimani.